Monday, May 26, 2008

A day in the life...

Sete Horas. Bocejando, André levanta-se com a voz suave de Lindsey Loan a dar-lhe os parabéns ao acordá-lo. “Tenho que pensar em comprar um despertador holográfico, seria um acordar diferente” pensou. Estava em 2018 e hoje era o seu 32º aniversário, esta sexta-feira iria ser diferente do habitual. Como era o membro mais novo da família iria ser o centro das atenções. Há muito tempo que não nascia um bebé na família, apesar das sucessivas tentativas da irmã Susana e todas aquelas consultas de concepção invitro, e o facto de ser solteiro era um motivo constante para os pais o questionarem sobre um futuro neto.

Saindo da cama, foi para a casa de banho para o duche matinal. Adorava sentir o toque da água ao acordar e fazia questão de usufruir dos 3 minutos diários a que tinha direito, isto porque no último Inverno a chuva até tinha caído regularmente. Pensou naquele Verão de 2014, onde a seca e a falta de água afectou a higiene dos portugueses.

Quando se secava ouviu a mensagem da sua irmã a desejar os parabéns e a confirmar que chegava a Portugal por volta das 20.00. Susana tinha emigrado para a Índia, a terra-natal do namorado Fahir. Nova Deli tinha-se tornado nos últimos anos um pólo de desenvolvimento económico e de crescimento demográfico sem igual. Várias empresas tinham mudado os seus escritórios para lá na busca de mão-de-obra jovem e qualificada. Com esta opção, Susana tinha grandes hipóteses de progressão na sua carreira ligada à pesquisa e aplicação de nanotecnologias no vestuário e na medicina.

Enquanto caminhava pela casa os estores abriam-se, deixando entrar o sol. Este privilégio acontecia cada vez mais cedo, já que a temperatura aumentava frequentemente e James, o seu mordomo virtual, geria a casa com mão de ferro. A energia estava cada vez mais cara e as casas inteligentes eram a forma de optimizar os recursos naturais.

Quando entrou na cozinha sentiu o aroma do pão a torrar, mas a voz de James informou-o que estava sem café. André tinha-se esquecido de o comprar, apesar dos vários avisos que tinham sido enviados para o seu GIT (Get in Touch) por James (a “despensa” dava diariamente informações sobre o stock dos alimentos ao computador central da casa, permitindo fazer uma lista de compras on-line). Teria que se contentar com um copo de sumo a acompanhar as torradas.

Durante a refeição da manhã, ouviu o noticiário do Jornal Digital, com especial atenção às notícias políticas e económicas, muito por defeito profissional. André era um membro da NetPol, uma força policial transnacional que tinha como principal função garantir a segurança na Internet. Levantou a sobrancelha ao ouvir a peça sobre um atentado árabe a uma estação hídrica no rio Jordão. O ambiente no Médio Oriente estava a deteriorar-se novamente e a água já era um recurso mais escasso e valioso que o petróleo naquela região.

Vestiu o fato azul de algodão orgânico e consultou o tempo no GIT. As temperaturas iriam chegar aos 30ºC mas mais para o final da tarde iria chover. Era melhor levar o casaco-biotech que o amigo Rui lhe oferecera pelo Natal, que era adaptável às condições climatéricas, tornando-se impermeável quando chovia e as baterias incorporadas permitiam ainda carregar o seu GIT enquanto ia para o trabalho. Como ia passar o fim-de-semana com os pais ao Alentejo iria de transportes, porque tinha o regresso combinado com a família.

Activou o modo “ausente” com o seu mordomo, programando-o para as tarefas habituais (accionar a aspiração central da casa e o sistema de rega do jardim e da horta biológica, controle da temperatura inteligente e ligar o sistema de segurança e reconhecimento por biometria) e caminhou para a paragem de comboio, sem paciência para esperar pelo autocarro.

Como detestava começar o dia sem café, decidiu parar no café do bairro para matar o vício e trocar duas palavras com Wladimir, o brasileiro simpático que servia ao balcão e sabia sempre das novidades desportivas. No meio da conversa surgiu Mikhail, engenheiro electrotécnico como André, que trabalhava na PT e que parava sempre para o café matinal antes de seguir para o trabalho. Ao ver André sem carro ofereceu-lhe boleia para Lisboa. André aceitou, exigindo como contrapartida pagar os cafés, transferindo o valor através do seu GIT enquanto saíam.

Mikhail tinha comprado um Toyota Planet, o novo híbrido desenvolvido pela marca japonesa. As portas abriram-se quando Mikhail se aproximou e bastou agarrar no volante e olhar para o espelho para o carro pegar, após efectuar o reconhecimento do condutor. O sistema de navegação analisou o tráfego e sugeriu para o percurso de Cascais a Lisboa a marginal como o caminho mais rápido. Estava uma manhã solarenga, o calor a aumentar e ainda só eram 7.45 da manhã!

Seguiram pela marginal e aproveitaram para apreciar a vista. Aquela zona litoral estava completamente modificada. Há alguns anos tinham ali existido as “praias da linha”, onde André passava parte do seu tempo livre a fazer bodyboard, mas hoje só restavam diques para suster a subida da água do mar e as turbinas para aproveitamento da energia das marés. Mikhail estava num novo projecto de conteúdos digitais e partilharam pontos de vista durante a viagem, o ruído do motor eléctrico mal se ouvia, permitindo uma troca efusiva de ideias.

Ao chegarem ao Jamor apanharam uma pequena fila, normal, devido ao abrandar para a passagem na portagem. Lentamente, os carros desfilavam pelo controle de acesso urbano de Lisboa, uma medida adoptada em 2011 que visava reduzir a poluição rodoviária e que penalizava os utentes que circulavam sozinhos. Ao passarem pela portagem o sensor infravermelhos detectou duas pessoas e aplicou a tarifa de 5€, bem melhor do que os 10€ que Mikhail pagaria se viesse sozinho. A viagem terminou nas Amoreiras, onde André apanhou o metro para a Baixa e Mikhail seguiu para o seu trabalho.

Eram 8.30 quando André entrou no edifício da NetPol, cumprimentando o pessoal da portaria enquanto o sistema de segurança controlava os seus dados biométricos. Decidiu ir pelas escadas até ao 5º andar, como fazia sempre, não gostava de esperar que o elevador atingisse a capacidade máxima para poder subir. Ao entrar na sua área foi informado que nesse dia entrava em funções o novo Director Ibérico da NetPol, um cipriota com um longo percurso na investigação criminal informática, e que às 11.30 iriam ter uma vídeoconferência para apresentação da equipa portuguesa. Entretanto, a informação das últimas 24 horas passava no monitor do seu PC: o petróleo a subir como reflexo das tensões do Médio Oriente, uma epidemia de malária afectava cada vez mais países na África sub-sahariana, a China inaugurava a sua 20ª central nuclear e nos Estados Unidos a reserva federal baixava a taxa directora, numa tentativa de estimular a economia e devolver o seu dinamismo.

As mensagens de parabéns iam-se acumulando no seu GIT, a última das quais da mãe. No entanto, como às dez horas era a pausa para o exercício, a chamada de volta ficaria para mais tarde. Havia já um ano que a NetPol tinha tido a iniciativa de incentivar ao exercício no local de trabalho, possibilitando aos colaboradores participar em aulas de ioga, pilates, ou tai-chi. Desta forma podiam relaxar durante períodos de grande stress e, ao contrário do que os mais cépticos pensavam, estas “pausas” tinham sido bem integradas nos horários de trabalho e em nada tinham prejudicado a produtividade.

André adorava as aulas de pilates. Como não tinha tempo livre durante o dia, aproveitava sempre a aula de sexta-feira para se sentir bem com o seu corpo. Vestiu o fato de treino “no stress”, feito de materiais orgânicos e que permitiam ao corpo relaxar, e seguiu para a aula. Assim que entrou não pode deixar de reparar na colega nova, Suzi, uma jovem chinesa que tinha começado a trabalhar no departamento de assuntos orientais. Tinha emigrado para Espanha com a família, mas após uma proposta para ser colocada em Portugal, decidiu aceitar o desafio. Apesar da barreira da língua e da cultura, Suzi parecia estar a integrar-se bastante bem.

Após a aula, André voltou ao seu posto de trabalho. Aproveitou para consultar o seu saldo bancário no GIT e transferir dinheiro para pagar umas despesas, enquanto passeava pela net à procura de conteúdos suspeitos ou potenciais ameaças. A rede tinha-se tornado no pilar da economia mundial e a NetPol trabalhava diariamente para que o 11 de Setembro de 2001 não se repetisse no ciberespaço. Às 11.30 dirigiu-se ao anfiteatro para a vídeo-conferência, onde os quadros da secção portuguesa da NetPol conheceram o novo chefe. Ultimamente, com os custos do combustível elevados, viajar de avião era um luxo e a maioria das reuniões de trabalho eram feitas desta forma. André e a sua equipa foram apresentados e receberam uma palavra de apreço, o seu trabalho era reconhecido pelas chefias em Madrid. A reunião foi breve e ainda teve tempo para uma pesquisa sobre medicamentos vendidos on-line e a legalidade dos seus componentes antes da hora de almoço.

Depois lembrou-se que precisava de “ir às compras”, não podia continuar sem café de manhã. Mais do que ser biológico, importava que fosse original. Gostava de saber a origem de cada produto, por isso evitava a todo o custo o café embalado, rotulado e com meses de armazém. Tinha descoberto uma loja on-line na Internet que lhe permitia manter o verdadeiro sabor a café:, encomendando-o directamente das fazendas do Brasil e com entrega no dia seguinte em sua casa. Cómodo e rápido, era o melhor café para acompanhar os bolinhos de feijão da D. Ana, a vizinha da sua mãe.

Ah! A mãe...Tinha-se esquecido completamente de lhe ligar de volta. Provavelmente queria enchê-lo de mimos pelo seu aniversário. Ligou para a empresa de contabilidade onde a mãe trabalhava há mais de 40 anos, mas onde seria precisa durante mais alguns, em regime de part-time, apesar dos seus 65 anos. Com a situação actual da segurança social, as pessoas mais velhas tinham de manter-se na vida activa por mais tempo e podiam compensar a falta de mão-de-obra em trabalhos mais especializados. Disseram-lhe que a mãe não ia trabalhar hoje e lembrou-se que ela tinha ido à clínica onde o pai estava internado. Iam dar-lhe alta hoje, depois do valente susto com a infecção respiratória, normal nos dias actuais e difícil de evitar com tanta poluição. Ligava-lhe mais tarde, afinal iam ter um fim-de-semana em família e ainda tinha que comprar o bilhete de TGV para Évora.

Enquanto descia para almoçar entrou no site da CP com o seu GIT, escolheu um lugar à janela no comboio das 18.00 e pagou. Saiu e dirigiu-se a um restaurante da cadeia “Doyourself”. Era rápido e André só tinha uma hora. Sentou-se no balcão e olhou para o ecrã à sua frente, pensativo sobre a escolha do menu. Premiu a tecla com os pratos do dia e optou por uma tempura de camarão e uma Super Bock a acompanhar. Para sobremesa iria comer uma especialidade turca de mel, fruta e nozes . Confirmou o pedido e olhou curioso para o andar de cima, onde se encontrava a cozinha. Não havia empregados, mas o reboliço era grande na sala. Para ter algum sossego, colocou os headphones e entrou no site com os melhores conteúdos de música, o MusiX. Relaxou um pouco enquanto ouvia um concerto para violino e guitarra de Paganini, um som perfeito e harmonioso.

De repente, uma luz no ecrã informa-o de que o seu pedido está pronto e vai descer. Mesmo depois de já ter vindo várias vezes a este restaurante, André continuava admirado quando via o seu almoço escorregar num tabuleiro pela passadeira desde a cozinha até se imobilizar no seu lugar, com um aspecto delicioso e fresco. Almoçou enquanto controlava o estado da sua casa, usando as webcams verificou as portas e as janelas e confirmou se James tinha desligado o ar condicionado central. Depois do trabalho iria directamente para o refúgio da família e não voltava a casa. Pagou com o seu GIT e voltou ao trabalho, o turno terminava às 17.30 e hoje queria sair a horas.

Pelo caminho, reparou num painel publicitário com uma garrafa de Bushmills 1608 e sorriu. Os anúncios estavam cada vez mais personalizados e, ao identificar os padrões de consumo e as compras feitas e pagas pelo seu GIT, as agências destacavam as preferências de cada consumidor à medida que passavam pelo painel. André quase soltou uma gargalhada quando viu a imagem mudar para uma peça de lingerie tigrada e a associou à senhora de 100kg que caminhava atrás dele.

No seu posto de trabalho André desfiava código, procurando sinais estranhos na linguagem XML nos milhares de mails gerados de e para Portugal. Recebeu uma nova mensagem no seu GIT, desta vez do seu amigo Rui. Para além da mensagem de parabéns, o Rui convidava-o para uma visita ao Hi5, onde passava horas a fio ligado. Foi assim que tinha conhecido as duas namoradas anteriores e parecia que não ia ficar-se por ai. Adorava estas networks sociais para conhecer pessoas novas, e todos os dias tinha um vídeo novo para partilhar. Desta vez era o filme de um sapo que tinha captado na sua viagem a Madagáscar. Os sapos eram considerados animais em vias de extinção pela sua sensibilidade a altas temperaturas e por isso proliferavam as associações de defesa do habitat destes seres. O Rui tinha tido a sorte de visitar um desses locais e tinha feito um vídeo espectacular com o seu GIT de última geração. Era algo raro de se ver!

As horas sucederam-se e foi com alguma surpresa que André se apercebeu que eram 17.30. Gostava muito do seu trabalho porque não dava pelo tempo a passar e cada dia tinha um novo desafio. Despediu-se dos colegas e foi apanhar o metro para a Gare do Oriente, de onde partia o TGV para Madrid, que fazia escala em Évora. Como a partida era às 18.00 não havia tempo a perder mas, felizmente, a viagem correu sem sobressaltos e quando chegou faltavam dez minutos para a partida. Calmamente passou o controle de segurança do terminal e sentou-se no seu lugar alguns minutos depois.

Suavemente o comboio saiu à hora marcada, rapidamente saindo de Lisboa e passando em minutos pelo novo aeroporto de Alcochete. André olhou de relance a paisagem. A viagem de Lisboa até Évora não demorava mais de trinta minutos, mas ainda conseguia apreciar a paisagem. Viam-se vários aglomerados de centrais eólicas, com aqueles “moinhos de vento”, ao puro estilo de Cervantes. A energia produzida dava para abastecer populações inteiras, e com a falta de água no Alentejo, o Alqueva deixara de ser uma solução para a produção de energia hidroeléctrica e mais parecia um oásis no meio do deserto. Portugal orgulhava-se de ser um dos países líderes neste tipo de energias e uma referência na União Europeia.

Ao olhar para a planície imensa, André sentiu necessidade de relaxar um pouco. Ligou-se a um site de viagens na Internet e pesquisou quais eram os locais de fuga que estavam na moda. Encontrou muita oferta para Eco-Turismo, uma semana inteira nos Alpes para ver o ainda Monte Branco ou no campo a respirar o ar puro. No entanto, foram outro tipo de férias que lhe chamaram a atenção: um cruzeiro pelas ilhas da América Central. Consultou preços e condições e decidiu não comprar logo. Ficou na mailing list para mais informações, podia ser que houvesse alguma promoção especial nos próximos dias e assim aproveitaria para convidar a Sónia, a sua nova namorada, para ir com ele. Um aviso sonoro fá-lo despertar do sonho...tinha chegado a Évora.

Aqui André apanhou o Intercidades para Beja, uma viagem um pouco mais lenta mas que compensava, já que passava por uma paisagem puramente rural e permitia observar tudo com mais detalhe. Os campos de cereais que voltaram a encher o Alentejo e as ilhas verdes das culturas geridas com sistemas de rega inteligentes eram uma imagem bem relaxante comparada com os cenários urbanos que habitualmente via. No caminho ligou para a Sónia para lhe falar da ideia que tivera do cruzeiro. A chamada foi rapidamente atendida e apareceu a sua cara no visor. Sónia era a geri-sitter do pai, contratada para o ajudar nesta altura em que se encontrava debilitado devido aos seus problemas de saúde. Sónia já estava em casa dos pais de André em Aljustrel e iam sair para dar um passeio pela aldeia. A mãe do André tinha ficado em casa, ocupada com o jantar. Estava furiosa, ainda não tinha conseguido falar com o filho querido. André sorriu e prometeu-lhe chegar depressa, ela piscou-lhe o olho e desligou.

Quando chegou ao grande terminal que tinha sido construído junto do aeroporto de Beja, André ficou espantado com tanto trânsito. De facto, a cidade tinha-se tornado num dos principais pontos de entrada de muitos turistas que vinham de férias para o Algarve, mas também para muitos portugueses que aproveitavam os preços das low-cost que usavam aquele aeroporto. Entrou no edifício e viu que o voo da irmã já tinha chegado. Olhou em redor à procura de uma cara conhecida e, no meio da multidão. eis que vê Fahir e atrás dele Susana. Estavam carregados e muito animados e André ajudou-os com a bagagem enquanto se dirigiram para o táxi.

No caminho, contaram-lhe a novidade: a Susana estava grávida de gémeos, depois do tratamento de fertilização que tinha feito nos últimos meses. André ficou muito feliz, era a melhor prenda que lhe podiam ter dado no seu aniversário. Dirigiram-se para Aljustrel e durante a viagem ainda recebeu uma nova prenda, um quadro digital. Como André era um grande amante do impressionismo, Susana e Fahir tinham optado por uma peça que englobava a maior parte da obra de Van Gogh, Monet e Seurat. Desta forma poderia escolher um quadro diferente todos os dias para a sua sala.

O táxi passou junto da praça central e ouviu-se a voz do guia turístico interactivo a explicar: “Estamos no centro de Aljustrel, local das famosas minas para extracção de pirite”. André tinha saudades deste lugar, da calma do Alentejo. Mais à frente, a casa dos pais. Pagou o táxi com o seu GIT e entraram na moradia caiada de branco. A mãe veio recebê-los à porta, emocionada e feliz. Estava a fazer o doce de cenoura preferido de André, que combinava na perfeição com o melhor bolo de chocolate do mundo que tinha comprado na Chocolat Chocolit de Beja.

Sónia tinha acabado de pôr a mesa e recebeu André na sala. Beijaram-se e ele quis saber do pai. Estava nas traseiras da casa, a plantar cebolas e batatas na sua horta de agricultura biológica. André também se tinha convertido a este novo passatempo e criado uma horta urbana na casa de Cascais. Quando chegou perto do pai abraçaram-se e perguntou-lhe se estava melhor. O pai anuiu e aproveitou para lhe mostrar o novo sistema de aproveitamento da água da chuva que tinha instalado, nada de inovador, apenas o essencial com as secas cada vez mais frequentes. Entraram para casa e prepararam-se para jantar.

Todos juntos e à mesa, André pensou que já não estavam assim reunidos no seu aniversário desde 2008, havia 10 anos. Sorriu e pensou que tinha de aproveitar aquele momento, afinal era o último ano em que era o membro mais novo da família.